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LGDH LAMENTA O SILÊNCIO DAS AUTORIDADES SOBRE ASSASSINATOS DE DUAS MULHERES EM GABÚ
A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), lamenta hoje, ( Quarta-feira, 3 de Abril, 2024) em Bissau, o silêncio das autoridades nacionais sobre o assassinato de duas mulheres, ocorrido recentemente na região de Gabú, leste da Guiné-Bissau.
A posição da organização que luta pelos direitos humanos no país, foi transmitida à imprensa pelo presidente da LGDH, Bubacar Turé, no final da vigília em homenagem às vitimas, denominada “Cinco Minutos de Silêncio”, na Casa dos Direitos em Bissau.
“Como é possível um homem no seu perfeito juízo, violar sexualmente uma mulher, de seguida disparar contra ela como se o seu corpo fosse um alvo a ser conspurcado com ódio. Como é possível agredir, massacrar e esfaquear uma mulher até a morte, uma mulher inocente, como se se tratasse de um animal de consumo humano”, questiona Bubacar Turé.
“Infelizmente e lamentavelmente, assistimos mais um silêncio incómodo, ensurdecedor, inquietante e inaceitável das autoridades nacionais, perante o ódio e crueldade que ceifou duas vidas humanas”, disse.
Turé, que tem lutado mais de 16 anos pelos direitos humanos no país, lamenta ainda a impunidade e a falta de justiça sobre os casos de violência e assassinatos das mulheres desde 2022.
“Este caso, vem juntar a tantos outros, cujos autores continuam impunes. Só em 2022, cinco (5) mulheres foram barbaramente assassinadas, infelizmente, até a presente data, nenhum destes casos foram julgados e condenados”, acrescenta o presidente da organização não governamental.
Perante este cenário, Turé lembra que a impunidade e consequente normalização da violência contra as mulheres nas suas formas mais graves, está a minar a paz, a igualdade de género e tornando-se numa afronta ao estado de direito.
Perante os factos, o presidente da LGDH apela às autoridades competentes no sentido de agirem com urgência para terminar de vez com estes crimes abomináveis contra as mulheres, punindo severa e exemplarmente os seus autores.
“Acabar com estes crimes significa também, tipificar o feminicídio como crime na legislação penal guineense”, disse.
Recorde que entre os dias 11 e 25 de março do ano corrente, duas mulheres foram barbaramente assassinadas na região de Gabú, leste da Guiné-Bissau.
Redação
Por: mileniofm
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