Pressão Política e Fragilidade Econômica Condicionam Liberdade de Imprensa na Guiné-Bissau

Durante palestras realizadas nesta segunda-feira, o antigo diretor do jornal Nó Pintcha, no contexto das comemorações dos quarenta e nove anos do jornal, destacou a interferência política e a fragilidade econômica como principais obstáculos à liberdade de imprensa na Guiné-Bissau.

Humberto Monteiro, em meio às discussões sobre o papel do Jornal Nó Pintcha como uma escola de jornalismo e as transformações do jornalismo em períodos de monopartidariíssimo e transição para o multipartidarismo, enfatizou a necessidade de os jornalistas resistirem às manipulações políticas, defendendo a dignidade e a honra da profissão.

O veterano jornalista fez um apelo à nova geração, instando-os a respeitarem os princípios éticos e deontológicos da profissão, destacando a importância da independência e imparcialidade na busca pela verdade jornalística.

Por sua vez, Aniceto Alves, uma figura experiente na comunicação guineense, ressaltou que a fragilidade econômica limita o trabalho dos jornalistas no país, tornando-os dependentes dos interesses políticos. Ele alertou que essa dependência pode incentivar um jornalismo militante, comprometendo a imparcialidade e a objetividade na cobertura de eventos.

As palavras de Humberto Monteiro e Aniceto Alves destacam os desafios enfrentados pelos profissionais da imprensa na Guiné-Bissau. A interferência política e a fragilidade econômica representam ameaças significativas à liberdade de imprensa, comprometendo a capacidade dos jornalistas de exercerem seu papel de forma independente e imparcial. Nesse contexto, a defesa dos princípios éticos e o fortalecimento da profissão são fundamentais para garantir uma imprensa livre e responsável, capaz de contribuir para o desenvolvimento democrático do país.