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Moda e Beleza

Mirla Fereira lamenta as dificuldades na representação da Guiné-Bissau na Miss World.

todayMarço 22, 2024 105 6 3

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Mirla Fereira elevou a identidade da Guiné-Bissau até à final da 71.ª edição da Miss World, que decorreu, no passado dia 9 de março de 2024, em Mumbai, na India, no Jio World Convention Center, tendo sido superada apenas pela República Checa, num universo de 112 candidatas.
Numa entrevista à Milénio, acerca da sua participação na Miss World em representação da Guiné-Bissau, Mirla lamentou a falta de condições e a inexistência de apoio ao setor da moda que se tem verificado no país, aludindo ainda às dificuldades com que se deparou, na preparação da sua viagem.

“Para ser sincera, devo confessar que a participação na Missa Mundo foi difícil. Foi uma luta para conseguirmos que a Guiné-Bissau seja representada neste maior concurso de beleza e propósito. Até à última hora não tínhamos conseguido nenhum apoio, e foi graças ao esforço e aos gritos de socorro de muita gente, particularmente do Carel Batista, que acabei por conseguir, com a ajuda do senhor Ilídio, comprar os bilhetes de ida e volta.”

Apesar das dificuldades e da falta de condições e apoios, Mirla não vergou, manteve-se firme, deu o seu melhor para manter elevada a imagem da Guiné-Bissau, acumulando as funções modelo, com as de gestora das suas páginas nas redes sociais, incluindo as da própria Miss Mundo Guiné-Bissau. Levou e promoveu, durante a sua presença em Munbai, a identidade guineense, as nossas imagens, as nossas histórias e a nossa cultura em geral.

No palco, Mirla desfila em peças feitas de panos-di-pinti, mantém o seu cabelo natural e mostra ao mundo a sua africanidade e a sua origem guineense. “Mostrei ao mundo as imagens de onde vim, quais as mensagens que quis passar. Peço a todas as raparigas que sonham um dia representar a Guiné-Bissau, ou de um dia seguir o caminho do mundo da moda, que as dificuldades são enormes. Só têm de persistir, serem elas próprias, serem fortes, porque, na Guiné-Bissau, o mundo da moda continua ainda a ser um tabu, numa perspetiva muito negativa. Mas através de Miss, através da moda, podemos partilhar a nossa cultura, a nossa identidade, acerca da nossa terra, o nosso turismo, que é muito bonito. Tive muito orgulho em fazer este trabalho.”

Mirla pede ainda a união dos guineenses em torno da cultura, “porque só através da cultura é que a Guiné-Bissau pode ser conhecida e valorizada, só assim é que o país pode limpar o seu nome da imagem negativa que se lhe associa no seio da comunidade internacional”. Agradecendo àqueles cidadãos que a apoiaram desde o início nessa sua participação, disse à Milénio que é seu desejo ver união e vontade de apoiar mantida e fortalecida, “para que as futuras candidatas possam sentir orgulho em ir representar a Guiné-Bissau, e sentirem-se apoiadas, pois não é fácil sentir-se pequena perante os outros países”.

De referir que, além do esforço hercúleo que teve agora de fazer, de forma inquestionável, para representar o país na Miss World, Mirla Fereira é também uma designer com qualidades invejáveis e mentora de um projeto social designado de Nha Ragaz, onde, enquanto ativista social, tem trabalhado afincadamente no apoiar às crianças e às pessoas necessitadas, fornecendo bens e serviços alimentares aos orfanatos e às casas de acolhimento de pessoas carenciadas. Licenciada em Portugal, em design, Mirla já conta com um conjunto de coleções e peças de roupa próprias, com as quais tem conseguido dar a conhecer ao mundo a história da Guiné-Bissau através da moda e tem firmado o seu patriotismo acima de todas as contrariedades, mesmo sem qualquer apoio do seu país.


Com uma carreira iniciada aos 12 anos de idade, na paróquia de Santo António de Bandim, destacou-se nos concursos interescolares, em que representava a cooperativa escolar São José de Jericó e de Mindará, mantendo sempre o desejo de chegar a palcos internacionais, acompanhando os grandes nomes da indústria da moda. “Sonhava ser como eles”. Esteve, em 2016, na Miss Bissau e Miss Guiné-Bissau, foi representar a Guiné num desfile de moda na Gâmbia, e, em 2017, recebeu um convite para representar a Guiné-Bissau na Miss Star Univers, mas por não ter conseguido o visto, só veio a conseguir participar em 2019, tendo vindo para Portugal, e ficado ficou como top model star univers. Decidiu ficar em Portugal para estudar. Licenciou-se na área de design e continuou a trabalhar como modelo nas horas vagas, tendo já trabalhado com grandes marcas nocionais e internacionais, tal como adidas e continente.


Recordamos ainda que Mirla foi, em 2022, eleita modelo de revelação para a Gala Globos de Ouro em Portugal, uma premiação que lhe abriu mais portas, incluindo para ir representar a Guiné-Bissau na Miss Beauti Global, no Brasil, onde ficou com uma das faixas mais prestigiadas, que é a top model internacional.

Mirla é também quem produz a quase totalidade das peças que usa para os seus desfiles nos palcos. Faz os desenhos a seu gosto e produz ela própria as peças, incluindo os cartazes e os panfletos que envolvem a sua participação ou os seus projetos. “Acho que não é nada de mais”. Diz com humildade. “Como se diz, o dom que é dado por Deus, deve ser partilhado com os outros. Faço o que posso para tentar ajudar, pois sabemos que não é fácil encontrar um designer gráfico em cima da hora para produzir cartazes com urgência. Então acabo por acumular as funções, que, em parte, também em ajudam a crescer, a interagir mais com o público.”

Por: mileniofm

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