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Amadú Dafé, um nome cimeiro de uma nova geração de intelectuais da Guiné-Bissau, considerado por muitoscomo um dos escritores mais inspiradores e consistentesno xadrez literário da Guiné-Bissau, integra a delegação de escritores portugueses, a convite do Centro Cultural Português e sob o alto patrocínio da Embaixada de Portugal na Alemanha, do Camões, I.P. e da DGLAB, para a Feira do Livro de Leipzig, que este ano decorre entre os dias 21 e 24 de março.
Depois da feira do livro de Leipzig e logo no dia 26 de março, o escritor guineense terá ainda a oportunidade de fazer o lançamento do seu livro, Jasmim, traduzido para alemão, pela Rosa Rodrigues, tradutora também de uma das obras do Abdulai Sila para a mesma língua, nas instalações da editora alemã, sisifo, responsável pela publicação da obra de Amadú Dafé na Alemanha.
De Leipzig, Dafé iniciará uma proficiente viagem literária pela Alemanha, numa digressão que passa pelas cidades de Münster, Frankfurt, Heidelberg e Berlim, onde prosseguirá com a apresentação dos seus trabalhos, em conferências, tertúlias e palestras sobre a literatura guineense.
Recordamos que Jasmim, uma obra carregada de reflexões filosóficas, enquadráveis na realidade sociocultural da Guiné-Bissau, em que Fé se afigura como protagonista principal, é a terceira publicação de Amadú Dafé, que veioà estampa em 2020, pela Manufactura Editora, graças à qual Dafé se afirma, em definitivo, como um escritor de primeira grandeza.
Jasmim foi antecedida pelo Magarias, a obra de estreia de Dafé, de 2017, à data esgotada, e que se trata de um conjunto de contos literários, na altura também muito bem recebida pela crítica. Em 2019, publicou ainda Ussu de Bissau, uma obra de cariz social e humanitário de inquestionável importância, capaz de se colocar comofinalista do prémio do Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz e BCP 2021. Depois do Jasmim, Dafé estreia-se em 2021 como editor, sendo organizador da reedição das obras de Florbela Espanca, numa publicação intitulada “Florbela Espanca – Alma Sonhadora irmã gémea de Fernando Pessoa”, pela Manufactura Editora, a qual foi vencedora do Prémio Livro do Ano da Bertrand 2021, na categoria de reedições.
Dafé é também autor de “A Cidade Que Tudo Devorou”, publicado, em setembro 2022, pela Nimba Edições, uma obra referenciada num artigo científico, da autoria do Sumaila Jaló, publicado pela revista Frontiers In PoliticalScience, para a demonstração, em conclusão, da relação direta entre o narcotráfico e a instabilidade política e governativa na Guiné-Bissau, e já foi merecedora de tão altos gabos, como as palavras do crítico literário Mário Beja Santos que alcandora “Amadu Dafé ao lado de Abdulai Sila, Mia Couto, Pepetela, Luandino Vieira, Ondjaki, João Paulo Borges Coelho, entre outros”.
Em agosto de 2023, Amadú Dafé lançou-se ainda ao mundo da literatura infantojuvenil, tendo publicado, “ASelva Mágica das Sarnadas de Ródão, um conto juvenil sobre uma aventura que decorre numa floresta mágica, onde os problemas da contemporaneidade, como o ambiente, a biodiversidade e a igualdade de oportunidades, são discutidos.
Vencedor por 2 vezes seguidas do Prémio Literário José Carlos Schwarz, 2017 e 2015, e do Prémio Literário Internacional Conto Infantil – Matilde Rosa Araújo, 2012, Dafé, o prodígio da cidade de Ingoré, já não é uma promessa, mas, sim, o nome cimeiro de uma nova geração de escritores da Guiné-Bissau.
Por: mileniofm
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