Os Líderes Religiosos apelaram hoje, em Bissau, às populações para absterem-se de proferir, divulgar ou disseminar discursos “sectárias e radicais”, capazes de incentivar o ódio e a intolerância no seio dos guineenses.
As entidades das comunidades Evangélica, Muçulmana, Católica e da Religião Tradicional Africana do país, repudiam todos os atos de intolerância religiosa na Guiné-Bissau e apelaram à cessação imediata dos mesmos.
Numa declaração conjunta lida pelo padre Augusto Mutna Tamba, os Líderes Religiosos exortam as autoridades competentes a assegurar as condições de segurança a todos os cidadãos, designadamente para acesso aos seus locais de culto.
“Apelar às autoridades judiciárias, no sentido de investigar e trazer à justiça os responsáveis pelos atos de intolerância religiosa que tendem a pôr em causa a paz e a coesão nacional” lê-se ainda no documento.
Na declaração conjunta de três páginas lida na Casa dos Direitos em Bissau no âmbito da Agenda Comum para a Paz, no quadro do projeto Observatório da Paz – Nô Cudji Paz, a entidade religiosa instou o povo a empenhar-se na preservação da paz e da unidade nacional, bem como no respeito pelos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, incluindo a liberdade religiosa.
Preocupados com a recente ao aumento da intolerância religiosa no país, os Líderes Religiosos apelaram às populações para elegerem meios pacíficos e legais como a única forma de resolução das nossas diferenças, independentemente da sua natureza, visando sempre preservar a paz social e a coesão nacional.
“Que todos nós, muçulmanos, católicos, evangélicos e seguidores da religião tradicional, nos unamos em oração diante de Deus, o altíssimo senhor, criador do céu e da terra, com fé e persistência, pelo seu povo, pelos governantes e pela Paz. Que Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia nos ajude a transformar as nossas mentes e os nossos corações, volte para nós o seu rosto e abençoe a Guiné-Bissau”, conclui.
Recentemente, um grupo de pessoas não identificadas incendiou e deixou uma destruição completa o lugar de retiro tradicional (Baloba) em Mindará em Bissau, em resposta conduziu a violação das portas da igreja evangélica de Mindara.
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