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todayMarço 21, 2024 21 1
Começa hoje, 21 de março, a Feira Internacional do Livro de Leipzig, decorre, até 24, nessa importante cidade do Estado da Saxónia, no leste da Alemanha, com a participação especial de Amadú Dafé, escritor guineense convidado pelo Camões, I. P. – Instituto da Cooperação e da Língua do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal – a integrar a delegação de escritores portugueses.
A participação de Portugal, enquanto país convidado, é apoiada por uma iniciativa conjunta dos organismos representantes do Grupo de Trabalho Interministerial (Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, do Centro Cultural Português em Berlim e da Embaixada de Portugal na Alemanha.
“Estou feliz por ter sido convidado, é um privilégio, mais do que sorte. Mas também sinto, neste momento, que o meu trabalho tem contribuído para a promoção da literatura em língua portuguesa e para promoção da cultura da Guiné-Bissau pelo mundo, e isso é mesmo muito reconfortante. Incentiva-me a continuar a trabalhar, a esforçar-me mais e mais”, disse Dafé à Milénio.
Amadú Dafé coloca-se ao lado de nomes como a Yara Monteiro, Rosário Alçada Araújo, Frederico Pedreira e Gonçalo M. Tavares, com quem, em conjunto, darão vida a uma programação literária diversificada que visa contribuir para uma divulgação crescente da literatura em língua portuguesa e alemã.
Numa conversa moderada pela jornalista da DW, Sabine Kieselbach, e interpretada pela tradutora Rosa Rodrigues, Amadú Dafé, inaugurou esta manhã, às 11h00, hora local, as atividades que irão decorrer no pavilhão 4, pavilhão da literatura internacional. Nessa conversa tripartida, falou-se do percurso literário de Dafé, do seu interesse pela escrita e da identidade literária e cultural que representa. A conversa ficou acentuadamente marcada pelo tema da identidade africana. “Não há uma única identidade africana. O que há são várias identidades em África. Querer que a África seja uma só, além de preconceituoso e colonial, é uma questão política que não me cabe a mim discutir aqui.” Defendeu Dafé em resposta à pergunta sobre como se sente colocado na literatura africana.
Questiono acerca da língua portuguesa em que tem escrito os seus livros, Dafé responde que a questão é complexa, porque envolve o modelo de ensino da língua na Guiné-Bissau e também o facto de o seu processo de escrita visar a consolidação dos conhecimentos e experiências que ele, enquanto cidadão, vai acumulando na vida.
De referir que Leipziger Buchmesse é uma Feira que mobiliza diferentes públicos, nacionais e internacionais, e promove o encontro entre autores e leitores, tanto em sessões na Feira, como no quadro do Festival Literário “Leipzig Lê/Leipzig liest”, que decorre em simultâneo na cidade, em que se realizam vais sessões, moderadas por tradutores, editores e jornalistas alemães.
Encontram-se à venda livros em alemão de autores de língua portuguesa, entre os quais Amadú Dafé, com a sua obra de afirmação, Jasmim, traduzido pela Rosa Rodrigues para alemão, numa pequena livraria no stand − a cargo da TFM, Centro do Livro e do Disco, sedeada em Frankfurt.
A Milénio acompanha a participação de Dafé nesta viagem literária pela Alemanha, e aproveitará para dar a conhecer ao público a vida, os sucessos e as dificuldades da comunidade guineense instalada naquele país europeu.
/milénio FM
Por: mileniofm
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